A 3ª Vaga - Desmistificar os Mitos

Oiço muita gente falar da 3ª vaga sem conhecimento de causa, por isso fui à procura, e este é o melhor resumo do género que tenho lido nos últimos tempos.

Saliento que a 3ª Vaga NÃO É APLICADA AOS RELACIONAMENTOS PESSOAIS, como muitos gostariam que fosse.


“A terceira vaga é um conceito de tempo adaptado do livro com o mesmo nome do autor futurista Alvin Toffler. Neste livro, Toffler descreve três períodos de evolução económica: a evolução agrícola (8000 a. C. até 1750); a era industrial, com expressão até finais do século xx; e a era da informação, que teve o seu início no final da década de 60 e que irá durar decerto por muitos anos. A primeira vaga foi conduzida pelo trabalho físico e a segunda pelas máquinas e pelos trabalhadores de «colarinho azul», a terceira foi protagonizada pela tecnologia da informação e pelos trabalhadores do conhecimento.

A terceira vaga económica é dominada pelas organizações de serviços, que, neste momento, são responsáveis pela grande maioria de valor acrescentado e empregos em todos os países industrializados (nos Estados Unidos, os números ascendem a 77% de valor acrescentado e a 74% de empregos). Mesmo nas empresas produtoras a percentagem de actividades ligadas à produção está em verdadeiro declínio e as actividades de serviços como o design, o marketing e o apoio ao cliente fornecem, no momento, o maior valor.

No seu esforço desenfreado para competir, muitas empresas aumentaram as suas gamas de produtos, os canais de distribuição, os projectos de pesquisa, as linhas de abastecimento e as suas listas de clientes, criando uma rede de gestão extremamente complexa e expondo as inadequações dos sistemas contabilísticos, que, por vezes, não são capazes de distinguir um trabalho lucrativo de um não lucrativo.

Os gestores de sucesso da terceira vaga têm que estar aptos a ver através deste nevoeiro de complexidade e eliminar estes processos, actividades, produtos, serviços e clientes que, embora absorvam demasiado tempo e custos, pouco contribuem para a performance final. A não ser que existam recursos preciosos que suportem os vencedores de hoje e as oportunidades de amanhã, a vida das empresas da terceira vaga será de curta duração.

Já existem empresas de 3ª vaga, tais como a Hewlett Packard, a British Airways e a Toyota. No entanto, as empresas que realmente se enquadram neste modelo são a General Electric (GE) e a Asea Brown Boveri (ABB). O sucesso de empresas como a GE e a ABB tem como base a evolução da sua estrutura de gestão, o seu estilo e cultura, que vão ao perfeito encontro dos imperativos competitivos da terceira vaga.

Em particular, ambas as empresas compreenderam o inter-relacionamento existente entre estratégias, avaliações, controlos e comportamentos. Encorajaram a cooperação horizontal para além e entre unidades de negócios e parceiros. Estes atributos exigem níveis de confiança e lealdade que não são comuns à maioria das empresas da segunda vaga e que só podem ser atingidos mediante um respeito mútuo, e particularmente através de trabalhadores do conhecimento que irão determinar o sucesso organizacional.

Estas comunidades não podem ser conduzidas, mas apenas geridas. As práticas de gestão adequadas serão a chave para o sucesso na terceira vaga.”

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