Tempo de Escrever


Preciso de escrever, para que tudo o que está cá dentro saia antes que me sufoque, é necessário produzir som, movimentar o ar, levar a caneta a deslizar de uma forma consciente.

Liberta-me, digo-lhe baixinho…

Tanta dualidade…., ternura que embala rebeldia, fragilidade de uma natureza selvagem, calor que é frio e calor outra vez, tempestade e serenidade…. tal confusão instalada numa alma que gostaria clara e mais ciente de si.

Liberta-te, murmuras-me do fundo…

Problemas que se transformam em soluções, caminhos que se abrem sem pedir, esperanças a desatar desejos que nem sequer pressinto….. e o medo de não ter maturidade para receber o que a noite trás…

As regras que me escapam, nada é o que parece, e no centro do corropio a lógica inexplicavelmente impera…, a do cosmos, da vida, de Deus, do que se queira chamar.

Sopras um sussurro….aceita….

Respiro, preciso de respirar para não fugir de quem me habita… se virar costas e correr nunca mais paro nem me encontro….

Permaneçe….…lembras-te…

Acho que está na altura… de aceitar sem reservas o meu coração de guerreira e de mulher.

Porque é que tem de ser tão difícil?

Sexy Mini Skirt


Existem certas coisas a que uma mulher não consegue resistir…

Ía eu em modo de comprar caixotes, papel de bolinhas, fita adesiva e afins, que isto mudar de casa dá uma trabalheira quando bati os olhos nela…

… e foi amor à primeira vista….

Não foi possivel resistir a uma mini saia sexy sem nenhum defeito, nem sequer o preço, e que acenta como uma luva num corpo de mulher.


Emprego – Coveiro Procura-se – Praia da Vitória


Porque rir é mesmo o melhor remédio, deixo-vos este ex-libris de um jornal açoreano.

Uma pérola!


Pimenta




Quem diria, que pãozinho integral com queijo fresco e tomate ficasse tão bem com um toque de pimenta…

Um agradeçimento ao chefe. :-))

Como uma onda no mar




Domingo, primeiro dia de praia deste ano, sacola às costas, chineloca no pé, biquini e lá fui eu…

Pelo caminho perdi duas amigas dorminhocas, por isso aproveitei uma horinha de silêncio com o meu livro no colo, apenas interrompido por duas alminhas muito solicitas que despachei com grande desenvoltura (prática, prática....).

E é tão bom, mergulhar o nariz nas páginas de um livro, enquanto enterro os pés na areia e aprecio o cheiro do sal entranhado no corpo…

E quando o sol aperta, correr para o mar imenso e mergulhar feito peixe em cada onda.

Como os golfinhos, melhor… como uma orca…. Mergulhar de cabeça e atingir o fundo… aquele silêncio musical e depois deslizar até à superficie…. Vezes e vezes sem conta.

Apreciar a água, para perder o medo do fogo.

Saturday Night

Meus queridos amigos C. e H., é sempre com enorme prazer que vos revejo, a vocês e ao terrorista em miniatura que têm lá em casa!

Nada como uma boa caipirinha que me deixou logo ko (muito vodka…), um óptimo jantar e finalmente aquele cantinho do vosso sofá que tem sempre o meu nome.

Amigos que são familia é assim.

Um grande beijinho e boa viagem para a madeira.

Muros


Por ser díficil falar na 1ª pessoa usamos imagens, parábolas e histórias que nos permitam dizer o que gostariamos de uma forma impessoal.

Quando faço uma pergunta e me respondem uma imagem, aceito com compreensão a privacidade que me pedem, exactamente como eu própria fiz e faço tantas vezes….

Mas as histórias que contamos e que ajudam tanto, começam a pareçer-me insuficientes quando esbarramos como diz o filme “Lost in Translation” com o que se perde na tradução.

Questiou-me frequentemente com a possibilidade de usar uma abordagem delico/doce ou uma abordagem directa e depida de qualquer ornamento.
Julgo que a escolha reside no momento exacto em que nos encontramos, e num conjunto de factores que me ultrapassam.

Há alturas em que sinto o meu dragão cuspir fogo quando tudo o que lhe apeteçe é falar a linguaguem do vento, livre, veloz e selvagem…. um dia destes vou experimentar.

Wild Side


O meu dragão interior anda inquieto…restless (sempre gostei desta palavra)… deixei-o preso tanto tempo que ameaça soltar-se à força num fogo de artificio monumental.

O meu wild side indomável já não é passivel de ser controlado….

Como mantêr a quietude tranquila da minha Fénix… equilibrada com este dragão de fogo indomável habitante das minhas profundezas secretas?

Que medo que dá soltar uma força da natureza, sem reservas, julgamentos ou culpa, e no fundo que libertação…

E que alegria será juntar harmoniosamente os meus dois arquétipos primordiais para que possam voar lado a lado e perderem-se na noite do mundo.

Usar as Medalhinhas


Agora que o ginásio foi finalmente cancelado, e o yoga e a meditação começam a fazer parte da minha rotina diária, vou finalmente pensar em “usar as medalinhas”.

Dança do Ventre, aí vou eu!

De…Sabática

Eu e o universo temos tido grandes despiques em relação à questão da sabática…

Prometi à minha querida amiga Cat, que não fechava a porta nem deitava fora a chave, bem… prometi a mesma, afinal é a ordem natural da vida, no entanto acho a ideia da sabática muito aconcelhável a uma cabeça como a minha e pelo tempo presente.

E francamente não entendo as vossas gargalhadas, meus queridos amigos nesta questão….

Para mim a sabática é perfeitamente compatível com o bom do biquini brasileiro, as unhas deliciosamente pintadas de vermelho verão, depilação com cera de chocolate, lingerie da triumph, pulseira no pé e modelitos sem costas…

Quem disse que estar de sabática é incompatível com ser sexy desengane-se.

E com esta, vejam lá se param com as apostas!

Glória


Glória, é nome de mulher, de mulher do norte.

Personificaste sempre para mim a típica nortenha, uma personalidade vincada, difícil de contrariar, absolutamente genuína em toda a sua essência, sem sombras de ambiguidade.

Em todos os anos que passámos juntas nunca falámos de coisas intangiveis, de amores, ódios, tristezas, sonhos ou fantasias, no entanto conversámos de outras que encerram tanta pureza e vida quotidiana que só por si são mágicas.

Ensinas-te a conversar com as plantas, a escolher legumes, a andar por trilhos coloridos na altura em que Benfica ainda era uma vila, a escolher peixe e a fazer croché.

Mostraste-me os cheiros dos mercados de manhãzinha, e os paladares de uma cozinha onde o pouco se transformava em muito de uma forma deliciosa.

E recebeste sempre os meus milhares de beijos, mesmo que como mãe não desses muitos.

O cheiro da tua casa ainda hoje me acompanha, assim como a lembrança das nossas sestas tranquilas pela hora do calor.

És a minha costela do norte, que encontrou a minha costela do sul, no centro do país, e de tantas maneiras a tua força habita em mim com mão de ferro, para balançear a calmaria dos campos de trigo que herdei do Alentejo.

Guardo-te para sempre no meu coração.

As Razões que Desconhecemos


Quando os outros ainda são os outros, e as barreiras que nos separam ainda se erguem, por mais inexistentes que sejam, o que nos leva a ajudar?

A resposta surgiu-me ontem…

Tomamos a iniciativa de ajudar todos os seres que nos são desconhecidos, porque tantas vezes sentimos na pele a incapacidade de ajudarmos os que nos estão próximo.

Este, pode não ser o motivo ideal, mas pelos vistos é o que nos leva a dar o primeiro passo.

Piropos


O típico homem português é dado ao “piropo”… basta vir um solinho, mais pele à mostra que o habitual, pernas, ombros e braços que as portuguesas como boas latinas são pequeninas mas bem feitinhas (ditado da minha avó) e eis que surge o comentário bregeiro. …..

Ora a caminho da feira do livro, em amena cavaqueira lá seguíamos nós, as duas alminhas, de gelado na mão, senão quando nos chega um suspiro….

- Ai duas mulheres tão bonitas, ….

Ao nos virarmos demos com o sr. arrumador do Parque Eduardo VII que acrescentou em jeito de desculpa..

- Lá por eu ser arrumador, não quer dizer que seja cego!

E é aqui que a nossa capital nos apanha no que tem de melhor, no piropo divertido e sem malicia, que mais podia aconteçer no Bairro Alto e ser destaque na Timeout desta semana.

Agradeçemos o piropo, vá-se lá perceber, e ainda ficámos à conversa um bocado…, porque há simplesmente quem queira uma palavra num dia de sol, uma “Boa tarde” e porque não, talvez um sorriso.

Sinais de Fumo


Se há uma coisa que eu tenho tentado aprender nas minhas tardes de sábado no Estoril, sentadinha com a coluna direita a ouvir o Pedro falar, é compreender verdadeiramente o que se passa à minha volta.

Quando os cinco sentidos convencionais nos enganam, já para não falar no sexto-sentido que tem o radar avariado, torna-se dificil para mim encontrar o norte da minha bússula e consequentemente o meu trilho, já nem sequer estou a falar do “caminho do meio” que anda perdido para mim de momento.

Só existem duas formas de percepcionarmos verdadeiramente a realidade: a directa e a indirecta.

A directa, pela meditação, leva-nos em linha recta à nossa essencia, tenha ela a definição que tiver.

A indirecta segue a via da lógica.

Isto levanta muitas questões, primeiro a meditação nem sempre nos liga directamente àquilo que somos, concordo que acalma a turbulência, mas quando temos questões que exigem resposta, nem sempre a nossa essência está disponivel para ser consultada.

Resta-nos a forma indirecta, o famoso ditado… “Se há fumo há fogo…”

A questão é, se houver fumo, poderá haver fogo, ou não, depende do tipo de fumo… e isto é outra maratona!

A Criatividade


Por razões que às vezes me escapam, provavelmente devido à vida do dia à dia, às responsabilidades, ao trabalho, esqueçemo-nos de …criar….
Principalmente se a actividade que exercemos não nos permite sermos muito criativos.
Desabituamo-nos, desaprendemos….

Falta-nos a desenvoltura e a capacidade para improvisar, deixar a imaginação à solta e correr ao lado dela até onde fôr.

Voltar a escrever…

A cantar….

Quem sabe desenhar….

E compôr música….

E dançar, dançar, dançar…

Coisas que envolvam mãos e dedos e pele…. Tintas e barro…

Voltar ao principio, onde tudo era expressão e côr do melhor que somos.

Roupa Suja - Teatro da Amadora

Este fim de semana fui ao teatro, coisa que já não fazia desde os Monty Pitton, e foi bem fixe.

Aconcelho a quem quiser a peça “Roupa Suja” no Teatro da Amadora em exibição até dia 8 de junho.

É uma boa peça para dar umas quantas gargalhadas.

A Feira do Livro este ano está...

…. Muito mais pequena….

Desde os meus tempos de faculdade que todos os anos religiosamente me ponho a caminho do Marquês de Pombal para ir à feira do Livro…

Não há nada como milhares e milhares de volumes de diferentes tamanhos, formas e espessuras, em bancadas coloridas alinhadas no Parque.

Quantidades enormes de pensamentos de outros para apreender e a possibilidade maravilhosa de encontrarmos “aqule livro” que faz toda a diferença e fala de forma única a cada um de nós.

Mas todos os anos a feira é mais pequena e todos os anos tem menos gente, o que realmente não se precebe, mesmo em fim de semana de Rock in Rio.

De qualquer maneira adorei ir até lá, e os amigos que me acompanharam fizeram a diferença entre um dia que começou muito triste e acabou muito mais leve e divertido.

A vida tem destas surpresas.

Para o ano há mais.