Oiço dizer muitas vezes que o ser humano é uma criatura de hábitos, mas é com grande alegria que constato que somos na verdade seres muito adaptáveis.
E a prova disso foi que fiquei mais de um mês sem rádio e televisão e não morri.
Também não morri quando começei a dar o corpinho ao manifesto (a retêr que eu tinha uma empregada de mão cheia) e começei a limpar a casa e voltei a pegar no ferro de engomar.
Também não me deu nenhum fanico por me sentar no chão da sala em vez de ter um sofá….
E depois à medida que as possibilidades vão permitindo vou preenchendo as prioridades, um mês isto, depois aquilo…. Acho que passei a ter noção do valor do trabalho, e apreço por tudo o que consigo com empenho…
Ontem enquanto via o último Batman que um amigo meu me emprestou, deitada na minha manta no chão da sala, tive imensa vontade de sorrir por sentir os encaixes da rotação da vida, …..o sol a entrar no fim do dia pelas amplas portadas da varanda, o meu gato a dormir pachorrentamente junto à minha viola e aquela serenidade que ocorre em raros momentos a entrar-me pelos olhos.
Hábitos
Publicada por Nina Simone
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
2 comentários:
O hábito, fará o monge?
Entrando sem licença...
Conheço esse sentimento de recuperar a serenidade depois de despojada de artefactos que mais não eram que amarras, grilhetas na alma, "hábito de monge" que perdeu a vocação!
Enviar um comentário