Invento-te...

Emendo-te, rasuro-te, preencho-te
Assino-te, destino-te, comando-te
És o lugar concreto onde procuro,
A noite de passagem, o abrigo seguro,
A hora de acordar que se diz ao porteiro,
O tempo que não chega ,
O tempo em que não duro.

Invento-te, desbravo-te, desvendo-te,
Surges letra por letra, película sonora,
Do sendo à vogal, do tema à consoante,
Sem presença no espaço
Sem diferença na hora.
És a rota da India, o sarcasmo do vento,
A câibra do gajeiro, o erro do sextante,
O acaso da maré, o mapa, a descoberta
Dum novo continente itenerante.

José Carlos Ary dos Santos
-Obra Poética -

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